Desde criança ouço que o presente
que se ganha não se dá. É fácil compreender esse pensamento uma vez que há todo
um contexto para que uma pessoa nos presenteie com algo específico. Como
podemos ignorar essa sensibilidade e repassar o que nos foi dado? Não dá! A confiança
funciona mais ou menos da mesma forma, tudo bem que não dê para tratá-la como objeto,
pois ela é intangível, porém o princípio é o mesmo, pense: Tenho eu o
direito de dar a outra pessoa a história que recebi em um ato de confiança? Tenho
o direito de compartilhar com outrem aquilo que foi divido comigo de forma
totalmente contextualizada, aquilo que não é meu? Há tanta desvalorização das
relações interpessoais. Vejo um afastamento emocional que cria pessoas
desinteressadas nas outras, autossuficientes e incapazes de compreender o quão
peculiar é o processo que faz alguém confiar nelas. Confiar é quase um drama, é a necessidade de
dividir o que muitas vezes só você deveria saber, o outro vira uma extensão de
nós e se ele não honra essa função, a culpa nunca é dele, é nossa, somos
burros, nos remoemos e dói demais. Confiar é um ato de coragem, é heroico desprender-se e acreditar. Valorizar a
confiança sendo confiável é um ato de respeito.
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